terça-feira, 23 de novembro de 2010

sobre um certo vazio



ás vezes eu sinto...
é um vazio tão denso que parece não me caber aqui!
chega a ser maior que a própria casa...
o que me obriga a ter de brigar feio por um espaço pra passar o dia...
e a noite... e outro dia... e outra noite...

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e todas as paredes parecem feitas daquele cheiro...
e todas as comidas agora apenas enganam o corpo
enquanto a alma permanece na secura.

tento enganar o tempo pendurada nas janelas
como se pudesse evitar que ele me esfregue na cara sua crueldade.
e o vazio... só cresce!

os cantos da face voltaram a pesar uma tonelada cada.
estouraram-se os balões de hélio que os sustentavam ultimamente...

e nem as palavras, e nem as janelas,
e nem os balões alugados,
dão conta de me proteger desse monstro que se alimenta do tempo...
e do ócio...
e do amor.


Regiane (pra sempre Ribeiro) Eufrausino
23,24/11/2010