terça-feira, 3 de novembro de 2009

papo de surdo e mundo



Era aula reservada para resolução de exercícios. Antes de começar os dela, Natália me mostrou o livro que estava lendo: "O que é Pós-Moderno", de Jair Ferreira dos Santos, no que comentei:
- Você sabia que alguns filósofos já falam de uma "ultra-modernidade" ou "super-modernidade"?
- Pra mim a pós-modernidade é uma "perdição"... [confusão, pois usou o mesmo sinal que se usa quando nos referimos a estar perdido, procurando um lugar]
- Então, eu assisti uma palestra de um filósofo francês erradicado no Canadá, que não me lembro o nome, que fala que a pós-modernidade está no fim, estamos entrando em outra fase...
- Qual seria essa?
- Alguns chamam de "ultra", outros de "super-modernidade". Esse cara, se não me engano, chama de ultra...
- E o que seria isso?
-Bom, ele apresenta uma série de características da pós-modernidade e vai argumentando sobre como cada uma delas já não são mais válidas no dias de hoje. Problema é que não lembro agora quais eram essas características... rs.
- Eu acho que é necessário se ter um certo cuidado com os termos... ou seja, o que seria "ultra-moderno" se as opiniões sobre a própria pós-modernidade se divergem? Os pontos de vista são muitos e ninguém sabe exatamente o que é o certo...
- Veja! Isso que você acabou de dizer: "ninguém sabe o que é o certo", é uma forte característica, talves a principal, da pós-modernidade, ou seja, "não existe verdade absoluta"...
- Pois é... porque para a mesma pergunta teremos respostas diferentes, e qual será a certa? Você dirá que é a sua, e eu direi que é minha; e assim continuamos sem respostas...
- Você sabe por que nos faltam respostas? Porque a inteligência da humanidade evoluiu a ponto de sermos capazes de fazermos tantas perguntas que não damos mais conta de encontrar respostas...
- "Inteligência"?! Pff... Entendo o que você quer dizer, mas veja bem, por exemplo: eu te faço uma pergunta, mas, no fundo, já tenho minha resposta; então você me responde algo diferente, que põe minha certeza em cheque, e aí? O que fazemos? Nos separamos. É assim que as coisas são; e isso, pra mim, não é inteligência. Inteligência pra mim é RELACIONAMENTO! É saber usar a diferença das nossas respostas pra encontrarmos uma melhor ainda... Se a questão é apenas fazer perguntas, então pra isso temos a realidade virtual! E os relacionamentos, onde ficam?! Não! Inaceitável isso! O dia que conseguirmos nos relacionar, caminharmos juntos, mesmo com nossas respostas diferentes, aí sim direi que a inteligência da humanidade evoluiu...
...
Não saiu mais palavra alguma de minha boca ou sinal algum de minhas mãos... Usei-as apenas para tomar nota dessa conversa em meu caderninho, pra não esquecer de detalhes importantes a constarem neste post.